Integração entre formulações, equipamentos e capacitação técnica traz ganhos de eficiência e sustentabilidade. Foto: Renato Lopes.
Fórmulas mais eficientes e tecnologias específicas para diferentes condições de aplicação estão ajudando produtores a reduzir um dos principais problemas da pulverização agrícola: a deriva, quando as gotas do produto fitossanitário não atingem a área-alvo. Além de diminuir a eficácia do controle, o fenômeno pode gerar perdas econômicas, riscos ambientais e até implicações legais.
“O controle de deriva depende de um conjunto de fatores, e o adjuvante certo é peça-chave nesse manejo. Ele modifica as características físico-químicas da calda, influenciando a formação de gotas e aumentando seu tamanho para evitar que sejam carregadas pelo vento”, explica Bruna Lilian Bürger, gerente de serviços técnicos e desenvolvimento de negócios da Nouryon.
No mercado, há soluções variadas — de polímeros a óleos e surfactantes —, cada uma voltada a necessidades específicas. Bruna ressalta que o uso adequado só é plenamente eficaz quando aliado à escolha correta de pontas de aplicação e a condições climáticas favoráveis. “Não existe uma solução isolada. O resultado vem da integração entre produto, equipamento e técnica”, afirma.
O avanço tecnológico também tem ampliado as possibilidades de controle. Novas formulações, equipamentos mais precisos e até adjuvantes desenvolvidos para uso com drones já estão disponíveis. “O uso de drones traz desafios, como volumes menores de calda, e já há soluções criadas especificamente para esse tipo de aplicação”, comenta a especialista.
Para garantir bons resultados, Bruna defende a capacitação técnica de quem atua no campo. “Conhecer a necessidade de cada aplicação e regular corretamente o equipamento é determinante para a eficiência e segurança do processo.”
O assunto foi tema do V Workshop sobre Adjuvantes em Caldas Fitossanitárias, realizado no auditório da Faculdade de Direito da USP de Ribeirão Preto (SP) entre 31 de julho e 1º de agosto, que reuniu pesquisadores, formuladores, fabricantes de equipamentos e profissionais de campo. “Eventos assim aproximam diferentes atores, incentivam a troca de experiências e aceleram o desenvolvimento tecnológico”, diz Bruna.
Com a combinação de conhecimento técnico, formulações adequadas e equipamentos calibrados, o setor agrícola vem avançando para transformar o controle de deriva em um desafio cada vez menor — com ganhos diretos para produtividade, economia e sustentabilidade no campo.
Em breve, teremos mais informações sobre o tema no podcast E-Nedta.